segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ode aos olhos

Todo mundo sente medo na vida.
Saltos muito altos, por exemplo, metem medo
na bailarina,
E caras sérias na plateia
fazem tremer o palhaço.
Para o girassol, dia nublado é dia sem cor, é dia frio.
Para o poeta, o medo está em seu papel vazio.

Eu miro o perigo quando olho pra você.
Esses dois pontos de luz
que me envolvem e me puxam para o abismo,
essas duas pedras ametistas
que parecem absorver minha alma,
esses olhos cor de aquário
que confundem minha mente e brincam com minha razão.

São esses os olhos que me têm como refém,
atormentam minha calma,
apontam-me a outra direção.




Mas faces sem riso e cabeça vazia
não trazem alegria
nem fazem sonhar.
Seus olhos sim.
E é por isso que não temo.
Quero decolar no azul,
mergulhar no azul
e nunca mais ser vista.
Quero viver pra sempre dentro dos seus olhos.
Sem medo.

Um comentário:

Profª Simone disse...

Nossa, Li. Tô boba com sua sensibilidade para escolher as palavras certas e criar esse texto tão lindo!