Da velha cadeira de balanço da varanda, podia avistá-la deitada sobre a grama fresca, ao lado da jabuticabeira, exposta ao sol agradável da manhã de primavera. Ele a perceberia dormindo, se não fosse o movimento dos dedos dela, à procura de folhas secas espalhadas pelo chão. Tela de Monet. Queria ir até lá, abraçá-la e dizer o quanto era feliz por tê-la deitada sobre a grama de seu jardim, o quão poética era a valsa dos dedos sobre as folhas. Mas, de repente, natureza morta, fria, vazia. As cores suaves de primavera transformaram-se em amarelo outono, cor de foto envelhecida, de lembrança antiga. Ela se fazia ainda mais presente na ausência... O sorriso, que abrira de forma distraída, transformou-se em olhos caídos, emoldurados por tristeza profunda e clichê.
Era dono de lágrimas descompassadas, que lavavam toda a amargura que a morte deixara em seu coração.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Inspiração da madrugada?? N dorme n?? Mas muito legal... queria escrever uns desses, me ensina qq dia...
xD
"E ela se fazia mais presente na ausência"...
Lindoooo... Parabéns Lilian.
Lindooooo! Como sempre....e triste, como sempre....rs
Eu adoro tudo o que vc escreve, hermana ;)
Não pare de escrever, tudo que você escreve é muito lindo.
Postar um comentário