sexta-feira, 14 de maio de 2010
O primeiro instante do sentimento primeiro
Tudo aconteceu naquele mesmo minuto em que os olhos se encontraram.
O coração teve ímpetos de parar de bater, as mãos suaram, as pernas tremeram, o pensamento se confundiu, a velha onda conhecida de calor inundou o corpo todo.
Não queria que fosse daquele jeito, afinal passara a pouca vida toda fugindo de olhares coloridos ameaçadores. 'Amar é um sofrimento voluntário', como dizia sua pobre mãe, toda vez que fitava o retrato do pai dele. Mas agora era diferente. Por mais que tentasse, não conseguia correr. Os olhos dela o cercavam e não o deixavam sequer sair do lugar. Na verdade, poderia ficar por horas ali, estático, mirando a personificação do seu mais íntimo, súbito e surpreendente desejo.
Sentia vontade mesmo era de tocá-la. A pele branca contrastando com os cabelos negros caídos nos ombros, os olhos furta-cor diante do sol, a boca marcada pelo batom cor de uva... aquela imagem despretensiosamente bela o fazia querer partir para o desconhecido. Nem sabia mais quem ele era. Só quem era ela: seu refúgio, seu colo, seu (primeiro) amor.
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8 comentários:
Essa é a minha Chico Buarque versão feminina.
Escreve lindamente... te amo!
Opa, fui eu aí embaixo.
Tá mais pra Jorge Amado do que pra Chico Buarque. Lindo, Li. :)
Parabens pelo texto!!! Não sei nem oq falar direito... sério, lindo!!!
+1x parabens!!
(CMK)
Puxa Lilian muito bom o texto...Tu escreve muto bem...muito lindo!!!
Nos lembrou muito Mário Quintana (que o Marcola disse ter lido bastante, já).
Parabéns, Lili!
É minha hermana, né? Tem pra quem puxar! (doce ilusão a minha)
Li, que lindo!!!
Amei
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